Fim da montagem do AX84 P1

Depois da parte 2 do P1 e gabinete, ja passou muito tempo, e na verdade tudo ficou pronto, o que faltava era só documentar aqui. Então vamos la…

No final do post o amp estava praticamente pronto, faltando apenas instalar o potenciometro de bias ( para quem quiser entender melhor, recomendo a leitura do documento AX84 P1 Theory ). Ele foi instalado dentro do gabinete pois o ajuste só é necessário em trocas da válvula de power, e uma configuração inadequada de bias, proposital ou não, pode danificar a valvula.

Suporte para potenciometro de bias Suporte para potenciometro de bias

Fiz um pequeno suporte com pedaço de cantoneira de alumínio, presa ao chassi com rebites:

Potenciômetro de bias Potenciômetro de bias

Terminada a montagem, hora de verificar, várias vezes, o circuito, procurando por qualquer ligação a mais ou a menos. Um fio solto aqui, solda faltando ali. Para, toma uma água, vai ao banheiro, e verifica tudo denovo. Um curto pode destruir os transformadores, ou pior, se eles funcionarem como devem, podem me dar um choque de mais de 300VDC, que deve ser bem desagradável ( pra minha família, pq eu não devo nem sentir. Nada. Nunca mais. ).

Depois de verificado, de verdade, várias vezes, hora de ligar o bicho na tomada. 110v dentro, nada explode. Bom sinal. Com o multimetro verifico se o chassi e os switches de on/off e standby, de metal, estão em 0V como deveriam. Até agora sim.

Alias, muito interessante é a dica do “one handed electrician”, que aprendi nos fóruns de valvulados por ai. A ideia é não construir um caminho para a eletricidade entre os dois braços, passando, fatalmente, pelo coração. Então o que o pessoal faz quando vai realizar medições com um multímetro em um valvulado ligado, que trabalha com altas tensões contínuas, é prender a ponta de teste negativa ( a preta ) do multimetro a um ponto com aterramento seguro, e fazer as medições com uma só mão, deixando a outra inclusive atrás das costas, ou no bolso. E assim eu fiz.

Primeiras medições Primeiras medições ( com a ponta de prova negativa presa ao chassi )

Próximo passo foi ligar a chave on/off, levando 6.3V até os filamentos das válvulas, que ja deveriam acender. Por enquanto a parte de alta voltagem do circuito ainda estaria interrompida pelo switch de standby. Virei a chave com um alicate isolado ( vai que, né… ) e…

Filamentos acesos Filamentos acesos

Nada explodiu, fedeu ou soltou fumaça.

E, para minha alegria, tanto a luz indicadora ( verde, na frente ), quanto os filamentos das válvulas, se acenderam. A luz, um pouco mais fraca que eu esperava, mas justificável pois a lâmpada é para 12V, a unica que eu encontrei. E as valvulas, exatamente da cor que eu esperava, um laranja claro.

Como eu ainda não tinha terminado a caixa, estava ligando em um alto falante do meu antigo combo WarmMusic, que ta queimado ( a propósito, bem ruinzim esse amp ).

Verificadas todas as voltagens, que estavam dentro das tolerâncias especificadas,  era virar o standby e deixar os quase 300v fazerem barulho. Virei, e nada. Meço todas as voltagens… Normal, dentro do esperado. Começo a mexer nos potenciometros. Ganho… Volume… Nada. Nenhum ruido. A guitarra não estava ligada ao amp, mas eu esperava algum chiado, um estralo… Vai saber né…

Peguei um cabo, liguei na guitarra, coloquei ganho e volume no meio, e nada. Po, volume da guitarra, ta em 0. Bato de qualquer jeito nas cordas, e viro o pot…

Habemus sonido ! Habemus sonido !

E às 02:15 do dia 05/05/2012, ouço pela primeira vez o maravilhoso barulho da guitarra através do meu pequeno amp valvulado !!! Que som lindo !!!

Hora de desligar tudo e preparar para a regulagem do bias. Mais uma meia hora e o monstrinho ta pronto pra cuspir Rock n’ Roll !!!

Ligado e de cabeça pra cima Ligado e de cabeça pra cima

Hoje ele até ja tem um gabinete de madeira bunitão, mas fica pro próximo post…